Temos várias abordagens dentro da Psicologia, como a Psicanálise “Freud explica”, o Behaviorismo, que dá base teórica para a conhecida TCC (Terapia Comportamental Cognitiva), e dentre elas a minha escolhida, a Gestalt terapia. A Gestalt terapia é derivada da terceira onda da Psicologia, das abordagens humanistas. Confuso? Vou tentar explicar.

A Psicologia Humanista surge na metade do século XX (ela é recente) e, é uma resposta direta a Psicanálise e ao Behaviorismo. Para os fundadores da abordagem humanista, a perspectiva trazida pela Psicanálise se voltava apenas para a patologia (os processos de adoecimento).

Nós humanistas, entendemos e acreditamos que o ser humano possui em si uma força de autorrealização e auto regulação, que conduz o indivíduo ao desenvolvimento de uma personalidade criativa e saudável.
A Gestalt Terapia surge nesta terceira onda…é uma abordagem humanista. Iniciada por Frederick Salomon Perls, na Alemanhã. A palavra Gestalt não tem uma tradução precisa para a língua portuguesa, mas pode ser entendida como “todo”, “forma” ou “configuração”.

Tem como bases teóricas a Psicologia da Gestalt, a Teoria de Campo, a Teoria Organismica, entre outras. Entende que os ajustamentos hoje disfuncionais que o individuo apresenta, um dia foram ajustamentos criativos, funcionais.

A formação em Gestalt Terapia e a especialização em Psicologia Clinica duram em média 3 anos e meio. Em Florianópolis temos um grande centro de formação e uma psicoterapia que é referência no país que é Angela Schillings, na qual tive a honra de ser aluna.

Atualmente estou ministrando a disciplina de Teorias e Técnicas Psicoterápicas II (Gestalt Terapia) para os alunos do 5 semestre da universidade e tem sido um desafio encantador apresentar a abordagem que estudo e trabalho há mais de 22 anos (pois meu estágio de graduação já foi nesta abordagem).

Para mim a Gestalt Terapia, traz os pressupostos filosóficos que baseiam o conceito de homem e de mundo no qual acredito. Este homem que é centro da existência humana, responsável por suas escolhas e que interfere no meio em que está, assim como, este meio interfere no individuo (nesta relação organismo meio), sendo capaz de se auto gerir e se auto regular (o processo de adoecimento ocorre quando perdemos essa capacidade). Traz a relação dialógica, como forma de trabalho. Eu e o cliente, num encontro existencial e presente para desvelar o entre. Numa abordagem que busca descrever o fenômeno ao invés de interpretá-lo.

Em futuros textos, penso em escrever um pouco sobre alguns dos conceitos que constroem essa teoria, que entendo como sendo mais do que uma teoria, mas uma postura frente ao outro, ao mundo e a vida.
Estão gostando? Eu tenho adorado conversar com cada um de vocês.

Um grande e carinhoso abraço, Cris